Somente quando há
Ameaça de virmos a perder
Alguém com quem há muito
Convivemos e até queremos bem
E que ela se revela
Em toda a sua plenitude
E grandeza de coração.
Foi assim com minha irmã
Melhor dizendo meia-irmã negra
Aquela mulher sem cultura
Como era nobre e sábia?
Entre lágrimas descobrimos
Que ela era muito amada por mim
E que também ela muito me amava.
No ritmo da dor e do sofrimento
Ela teve a magnitude de num
Balbucio forte me afastar dela...
Por quê? Não entendi de imediato
Quando se fez luz, visualizei
Ela queria me poupar
Não lhe vendo sofrer.
Revelando nestes dias, poucos...
Mas muito importante para muitos
A nossa irmã, sem beleza física!
Fez resplandecer toda sua
Beleza espiritual incrustada...
Cada palavra que dizia vinha
De uma fonte de águas puras!
Como lamento não ter tido tempo
Para beber mais daquela fonte;
Contudo valeu o seu exemplo vivido
Na dor e no sofrimento...
Aquele monstro que devorava
Sua carne com tanta voracidade
Não minou a mente nem o coração.
Até os últimos instantes de lucidez
Ela mostrou seu apego à vida
E aos seus entes queridos,
Como também nos ensinou
A amar a vida...
E agradecer por cada dia,
Que para ela era de esperança,
Para nós um a menos...
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